Uma nova pesquisa internacional publicada na revista The Lancet Public Health reacende o debate sobre quantos passos diários são realmente necessários para garantir uma boa saúde. Ao contrário da tradicional meta de 10 mil passos, o estudo revela que 7 mil já podem oferecer benefícios significativos e, em muitos casos, os ganhos adicionais são mínimos após esse patamar.
🔬 Revisão de 57 estudos em escala global Liderada por cientistas australianos, a análise considerou dados de 57 estudos realizados em diversas partes do mundo, incluindo um conduzido na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Os resultados mostram que, em comparação com pessoas que andam cerca de 2 mil passos por dia, quem atinge 7 mil passos tem:
47% menos risco de morte por todas as causas
25% menos risco de desenvolver doenças cardiovasculares
6% de redução na incidência de câncer
14% menos probabilidade de desenvolver diabetes tipo 2
38% menos risco de demência
22% de redução em sintomas depressivos
28% menos chance de quedas
37% menos mortalidade por câncer
47% menos mortalidade por doenças cardiovasculares
📉 Mais passos, menos risco — até certo ponto Contagens superiores a 7 mil passos por dia continuam a oferecer proteção, mas o aumento nos benefícios tende a ser pequeno. Com 10 mil passos, há uma melhora moderada, e em 12 mil, os ganhos atingem até 55% na redução de mortalidade geral — embora o estudo destaque que os efeitos positivos desaceleram após os 7 mil passos, atingindo o chamado “platô”.
📣 Origem da meta dos 10 mil passos Curiosamente, a ideia dos 10 mil passos surgiu de uma estratégia de marketing japonesa nos anos 1960, com o lançamento de um pedômetro chamado “manpo-kei” — que significa justamente “medidor de 10 mil passos”.
👨⚕️ Especialistas reforçam Para Márcio Dornelles, presidente da Sociedade Gaúcha de Medicina do Exercício e do Esporte, o estudo deixa claro: “Quanto mais movimento, menor o risco de morte. A partir dos 7 mil passos, já há ganhos efetivos de saúde.”
Danilo de Paula, epidemiologista da UFRGS, reforça: “Em nosso estudo, pessoas que faziam cerca de 7 mil passos diários tiveram redução de até 50% na mortalidade, em um período de sete anos.”