A recente escalada protecionista liderada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reacendeu preocupações sobre o impacto das tarifas comerciais nos países emergentes, especialmente no Brasil. A decisão de aplicar uma tarifa de 50% sobre todos os produtos brasileiros a partir de 1º de agosto representa a medida mais severa anunciada até agora e pode desencadear efeitos negativos sobre o fluxo de investimentos estrangeiros diretos (IED) para o país.
📉 Impacto potencial no crescimento Segundo o Banco Internacional de Compensações (BIS), o aumento das barreiras comerciais por parte de economias avançadas tem reduzido significativamente o potencial de crescimento dos países emergentes. Entre 2009 e 2023, o número de restrições impostas por países ricos às importações de emergentes cresceu em média 8% ao ano, com o total de produtos afetados saltando de 5% para 62%.
O BIS alerta que, à medida que o protecionismo se intensifica, o volume de IED tende a diminuir, prejudicando a convergência econômica entre países desenvolvidos e em desenvolvimento. Economias que recebem investimentos de países com políticas comerciais restritivas em mais de 50% de suas importações apresentam crescimento médio mais lento.
🇧🇷 Brasil na mira Embora os Estados Unidos sejam o segundo maior parceiro comercial do Brasil, sua participação na balança comercial brasileira representa menos de 2% do PIB. Ainda assim, analistas do Goldman Sachs estimam que o impacto das tarifas pode reduzir o crescimento do país em até 0,4 ponto percentual.
O cenário se agrava com a possibilidade de que o Brasil se torne menos atrativo para investidores internacionais, especialmente diante da instabilidade gerada pela política comercial americana. A medida de Trump é vista por especialistas como um gesto político com implicações econômicas profundas, capaz de afetar setores estratégicos como siderurgia, agronegócio e tecnologia.
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