Clima adverso provoca aumento médio de 111,9% no preço das hortaliças no RS


O excesso de chuvas, as baixas temperaturas e a escassa luminosidade nas últimas semanas impactaram fortemente a produção de hortaliças no Rio Grande do Sul, provocando uma elevação média de 111,9% nos preços desses alimentos. Segundo dados divulgados pela Ceasa/RS, entre os dias 5 de junho e 7 de julho, verduras como alface, brócolis, couve e espinafre registraram aumentos expressivos, refletindo diretamente no bolso do consumidor.

🌿 Principais aumentos registrados:

ProdutoPreço InicialPreço AtualVariação (%)
Agrião (molho)R$ 1,00R$ 2,50+150%
Alface crespaR$ 1,00R$ 2,92+191,67%
BrócolisR$ 2,92R$ 4,17+42,86%
Couve (molho)R$ 1,25R$ 2,50+100%
EspinafreR$ 1,67R$ 2,92+75%

🌧️ Impactos do clima na produção

De acordo com o engenheiro agrônomo e gerente técnico da Ceasa/RS, Léo Omar Duarte Marques, o período foi marcado por chuvas intensas e frio rigoroso, o que prejudicou especialmente as culturas folhosas e as brássicas. Apesar disso, ele destacou que não houve desabastecimento, mas sim uma redução significativa na oferta, após um período anterior de superprodução e preços baixos.

As hortaliças comercializadas na Ceasa/RS são, em sua maioria, cultivadas por produtores locais, especialmente das regiões do Vale do Caí e Metropolitana. Municípios como Viamão e Itapuã, com terrenos planos e solos com baixa drenagem, foram particularmente afetados, o que agravou a situação das lavouras.

🌥️ Baixa luminosidade e doenças

Outro fator agravante foi a baixa incidência de luz solar. Segundo Gervásio Paulus, coordenador técnico da Olericultura da Emater/RS-Ascar, os dias nublados e com neblina intensa dificultaram o desenvolvimento das plantas. Ele também alertou para o atraso no plantio de culturas de inverno, como cebola e alho.

🌞 Previsão otimista para os próximos dias

Apesar do cenário recente, a previsão de tempo mais seco e ensolarado para os próximos dias traz esperança para os produtores. Como as folhosas têm ciclo curto — entre 35 e 40 dias —, a expectativa é de uma recuperação mais rápida da oferta. Paulus ainda ressaltou que o frio, em alguns casos, é benéfico, como no caso de frutíferas como maçã, pera, ameixa e uva, que entram em dormência nesse período.

📌 Fonte: Larissa Mamouna – Correio do Povo.

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